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O VISIONÁRIO 2001: UMA ODISSEIA NO ESPAÇO, DE ARTHUR C. CLARKE

Atualizado: 3 de mai. de 2020


Título: 2001: Uma Odisseia no Espaço

Autor: CLARKE, Arthur C.

Gênero: Ficção Científica

Editora: Aleph

Páginas: 331

Ano: 2013

Onde Comprar: Saraiva | Amazon

O gênero da Ficção Científica começou a me chamar a atenção primeiro nos filmes e posteriormente na leitura, mais precisamente por sempre abordar questões significativas e relevantes, como a origem do homem, a inteligência artificial e o nosso possível futuro distópico, curiosamente sempre parecido com o nosso presente.

E não foi diferente com 2001: Uma Odisséia no Espaço. Concebido por Arthur C. Clarke em 1968 conjuntamente com o filme homônimo de Stanley Kubrick, até seu nome sugere que se trata de uma estória futurista, já que foi criada em plenos anos 60 e batizada de "2001". Pois bem, além de ser futurista, também é acidamente crítica em relação a inteligência das máquinas e a dependência do homem pelas mesmas. E isso é extremamente fantástico, pois parece que Clarke e Kubrick puderam adivinhar o futuro que os aguardavam, já que realmente vivemos numa era totalmente dependente de máquinas e energia elétrica.

Afinal, quem nunca pensou em: - "O que seria de mim sem meu celular, meu computador, e pior ainda, sem energia elétrica?"

ENREDO

O livro é dividido em 3 partes principais. A primeira nos relata a vivência de uma tribo de homens-macacos à três milhões de anos atrás. Esta tribo vivia constantemente ameaçada por predadores e outra tribo inimiga de primatas, que os privavam de tomar água do rio mais próximo. Morrendo de fome e sede, literalmente, tudo muda numa certa noite em que um objeto misterioso e negro surge onde os homens-macacos ameaçados dormiam.

Atraídos por um som que nunca haviam escutado antes, os homens-macacos entram em transe e mudam totalmente suas atitudes, virando quase seres pensantes e conscientes, começam a utilizar pedras como arma contra seus inimigos. Finalmente, aquela tribo nunca mais soube o que era morrer de fome e sede.

Cena do filme 2001: Uma Odisseia no Espaço, em que os Homens-macacos encontram o Monolito.

Esta primeira parte simboliza, singelamente, a evolução do homem.

A segunda parte salta para o ano de 2001 e nos mostra a viagem do renomado astronauta Heywood Floyd para o espaço, relatada como uma tranquila viagem de avião dos dias de hoje. Floyd precisa resolver um assunto secreto, que posteriormente descobrimos ser a descoberta de um Monolito (aquele mesmo objeto negro que apareceu para os homens-macacos), enterrado propositalmente por seres extraterrestres, há três milhões de anos anteriormente.

Surge então a dúvida dos personagens que sabiam da existência do Monolito: "Seres extraterrestres tanto existem, quanto são poderosamente mais avançados do que nós?"

Cena do filme 2001: Uma Odisseia no Espaço. Keir Duella interpretando David Bowman, na nave Discovery.

Na terceira parte do livro, Clarke descreve minuciosamente como é a vida de dois astronautas, Bowman e Poole, que acabaram de sair de Saturno e estão a caminho de Júpiter, na nave Discovery. Além dos dois astronautas, a nave transporta mais três astronautas hibernados e é comandada pela máquina de alta geração HAL 9000, que fala e pensa como um humano.

Tudo corria exatamente como o esperado, até que Hal começa a agir estranhamente e acaba desrespeitando as Leis da Robótica, criadas por Isaac Asimov no famoso Eu, Robô:

1) Um robô não pode ferir um humano, ou permitir que um humano sofra algum mal;

2) Os robôs devem obedecer as ordens dos humanos, exceto nos casos em que tais ordens entrem em conflito com a primeira lei;

3) Um robô deve proteger sua própria existência, desde que não entre em conflito com as ordens anteriores;

Primeiro Hal indica um erro num equipamento do lado exterior da nave, que resulta em situações catastróficas para os astronautas. Restando apenas Bowman e Hal na nave, o astronauta decide desativar as memórias do computador, e Hal acaba realmente soando como uma máquina em sua última frase lenta... e... pausada... típica... de... máquinas...

Esta parte do livro talvez seja a mais interessante, pois simboliza a possibilidade da máquina criada pelo homem, transcendendo-o e dominando-o.

OPINIÃO

Arthur C. Clarke criou uma estória totalmente inovadora para sua época. Abordou assuntos evitados pelos céticos, como a evolução e o futuro da humanidade, e até mesmo a vida extraterrestre.

E é exatamente essa junção de assuntos interessantes e infinitamente curiosos para nós, que tanto nos cativa e nos atrai. Como foi criada em conjunto com o filme, o autor quis sanar as dúvidas de quem tinha assistido a um filme super enigmático, mas inovador para a época. Com seus efeitos especiais impecáveis e sua trilha sonora diferenciada, Stanley Kubrick utilizou músicas clássicas e orquestras para compor a trilha sonora do filme, o que resultou numa experiência singular.

O livro além de conter a estória 2001, também apresenta no final dois contos escritos bem antes por Clarke, que deram origem ao livro e ao filme. Também temos uma declaração bastante emocionada de Clarke dizendo sentir-se triste por Stanley não estar vivo no ano de 2001, quando comemorariam a data fictícia do filme.

Sobre a edição do livro, nem preciso dizer que a diagramação é excelente, tornando a leitura mais fluída. E uma curiosidade é que o livro é totalmente negro, nos lembrando muito o aspecto do misterioso Monolito citado no livro.

Finalizo com o pôster minimalista de Daniel Norris que resume bem o livro e o filme:

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