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Foto do escritorCOMPRE PELA CAPA

A EXPLORAÇÃO EM MASTER FREAK, DE IAPSA

Atualizado: 3 de mai. de 2020



Título: Master Freak

Autor: Iapsa

Gênero: Suspense

Editora: Sekhmet

Páginas: 300

Ano: 2017

Onde Comprar: Por motivos contratuais, não é mais possível adquirir o livro, porém a autora garantiu ter planos especiais para a obra, que serão colocados em prática em breve.

Este livro foi concedido pela autora Iapsa através da parceria com o Blog Compre Pela Capa, e que agradecemos muito pela confiança (e paciência).

ENREDO

Pólvora. Fumaça. Fábrica. Um acidente. Flashs são as últimas visões de Margot Küllon antes de ser apagada em uma ambulância.

Confusa em uma enfermaria, a jovem começa a recobrar sua consciência, trazendo à tona sua memória sensorial do que vivenciou momentos atrás, e paralelamente a esse fato, percebe se aproximando, uma mulher loira, de olhos azuis como os seus, que não hesita em chama-la pelo nome, o que lhe parece estranho, já que a mesma não a conhece. Elysia Corellan estava se certificando de que a acidentada estava em perfeitas condições para o que ela planejava – Margot nascera com dois ossos encurvados, cobertos com uma camada grossa de pele e gordura em suas costas, que era na opinião de Corellan, uma condição favorável. Após sedada novamente, a garota é levada para um local que ao passar pela porta, vê-se nos letreiros “Corellan House: Freakshow”.

Escoltada por seguranças, é apresentada à casa de shows por Elysia, que lhe diz ser uma das novas “freak” (traduzida do inglês como aberração) e que aquele lugar a partir de agora seria seu lar permanente. Posteriormente é deixada em um quarto, onde encontra outras meninas nas mesmas condições que a sua. Quieta, fica em seu canto, pensativa por um bom tempo até que Wanda tenta manter o primeiro contato, principalmente porque logo mais ela deverá por em prática o que lhe foi designado: ser uma atração desse circo dos horrores.

As meninas, que já estão acostumadas ao protocolo, começam a descrever suas habilidades: Wanda, a garota de seis braços. May e Joy, as gêmeas siamesas que compartilham o mesmo corpo. Eve, a mulher-cobra. Kiera, a menina tatuada e por último, Ramona, a Ela/Ele. Depois, apressaram-se em ensina-la a coreografia do show, já que fora requisitado que a novata fosse apresentada naquela noite, e assim fizeram, mostraram-lhe o básico para uma estreia.

Margot se saiu bem para sua primeira vez como uma freak, pois a plateia – que eram todos homens – foram ao delírio com sua “anormalidade”. Ao final da noite, aconteceria o número mais aguardado, a Master Freak, a telecinética, casa-chefe e, portanto, a mais lucrativa. Para a novata não passaria de um truque, mas foi surpreendida quando presenciou sua ação: um banho de sangue a base de materiais cortantes, que assassinava pessoas encomendadas e selecionadas a dedo.

Passado a apresentação, as meninas tinham que limpar o palco antes de retornarem a seus quartos, e Margot foi incumbida de lavar Mass, como era chamada a telecinética, onde elas tiveram o primeiro contato. Algo estranho, já que a maior estrela parecia não corresponder aos comandos de seu corpo, estando em estado de transe.

Após algumas conversas, Margot descobriu que o faturamento da Corellan House ia além de apenas a bilheteria, se estendendo a prostituição, sendo que as aberrações acabavam sendo uma espécie de fetiche para seus clientes, homens ricos, com muito poder e influência. E a situação piora quando é informada de que será leiloada em poucos dias.

Se recusando a aceitar seu destino, começa a planejar meios de escapar daquele lugar, fato que é quase impossível devido a vigilância forte que o mesmo possui.

Em meio a esse desespero, durante um banho, Margot sente uma dor insuportável nas costas e o impossível acontece: asas aparecem! Espantada, testa para ver se funcionam e para sua surpresa, é mais fácil do que imaginava. Com a descoberta, ela se recorda de dias atrás, durante os ensaios, em que viu uma brecha na lona do picadeiro e que provavelmente servirá de ponto de fuga. Porém analisando os prós e contras, vê que sua situação é arriscada se não tiver ajuda e como não contou a ninguém sobre suas asas, pensa em uma única pessoa que pode ajuda-la: Mass.

O fato de não lembrar claramente o acidente que a levou até o Freakshow a incomoda e ela quer se lembrar do que houve. Arquitetado seu plano, tem que pensar em como executá-lo o mais rápido possível, pois o seu leilão se aproxima.

OPINIÃO

Não é segredo para ninguém o assunto abordado, inclusive a própria autora faz menção em sua biografia no livro, da série American Horror Story: Freakshow, mas o que encanta é a forma que ela dá para o enredo e para os personagens, indo além das características físicas – que deveriam chamar mais a atenção pela especificidade do livro – trazendo pensamentos de uma jovem, que passou por muitas coisas ruins e que agora se depara com uma situação ainda mais delicada, mas que não se deixa abalar devido a ligação forte da amizade que fez com outras garotas com os mesmos medos e história de vida. Aborda questões sociais, bullying, vingança, exploração, prostituição, e pasmem, conteúdos da deepweb e depravação. Tem também questões de diferença de gênero, já que a atração são mulheres e em momento algum diz ser explorados os homens. Temos a ciência é claro, especificamente geneticismo. Embora eu não tenha falado tanto sobre o livro pra não estragar a surpresa dos leitores, o que eu posso garantir é que o livro segue uma sequência linear, que chega a cansar um pouco, pois estamos condicionados a achar que ficará assim até o final, mas tem uma reviravolta a partir do meio, funcionando como uma montanha-russa de emoções, que segue brando, sobe, desce e fica calmo por alguns instantes e depois sobe novamente. Parte explora o medo, parte explora a felicidade e até o amor. Gostaria de vê-lo em um filme, só para saber se os personagens fazem jus aos que minha imaginação cria.

A Editora fez um ótimo trabalho gráfico, com uma capa maravilhosa, criada para causar o impacto que a palavra Freakshow nos remete. As folhas amarelas são as que sempre acho melhores para leitura, principalmente noturna. A tipografia do corpo do livro tem um tamanho confortável, com uma ótima legibilidade e leiturabilidade.

Faço um agradecimento especial a capista do livro, Marina Ávila, que foi tão solícita quando precisei, me auxiliando no fornecimento da tipografia utilizada nas peças que compõem a fotografia.

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