Título: Pequenas Mortes Cotidianas
Autor: GIANNINI, Paula
Gênero: Ficção/ Conto
Editora: Oito e Meio
Páginas: 116
Ano: 2017
Depois do romance, contos está sendo o gênero que estou me apegando, pois trata de assuntos geralmente de grande impacto, porém curto. As mensagens por trás dos contos sempre deixam o leitor reflexivo, no caso, me deixa (e muito!).
Este livro foi concedido pela autora Paula Giannini através da parceria com o Blog Compre Pela Capa, e desde já, agradecemos.
ENREDO
A obra relata dezesseis contos, não interligados. Uns curtíssimos, outros um pouco mais extensos.
São retratadas passagens da vida dos personagens que de alguma forma encontraram divergências nas relações consigo, devido a relação direta com as pessoas ao seu redor, que consequentemente causaram esta reação no mesmo. Traz à tona sentimentos ligados ao arrependimento, a não-aceitação, de manipulação psicológica-amorosa, a fatores biológicos, ao abandono, frustração e até ao altruísmo.
Por personagem, a autora abrangeu pessoas e animais, neste último, dando-lhes consciência equiparada a dos humanos.
Dentre todos, o que gostaria de enfatizar é o Passarinhos, que narra a história de uma menina que tinha o dom de trazer de volta a vida dos passarinhos, e através de seus "milagres" ficou conhecida na região onde morava, fato que atraiu público que queria vê-la com destreza, fazendo suas ressuscitações. Aos poucos, as pessoas que perdiam suas aves, recorriam a ela, que ajudava prontamente àquelas que acreditava estar fazendo por amor ao bicho de estimação. Os descrentes foram dia após dia colocando as habilidades da garota a prova, trazendo-lhe desafios, ou neste caso, animais maiores. O que não sabiam, é que desta vida que retornava aos corpos imóveis, dela era retirado para tal fato. Já adolescente e de cabelos brancos, uma perda define o destino da jovem.
OPINIÃO
As "mortes" explicitamente trazida no título se refere à alguma missão, reação ou etapa da vida dos personagens. É uma forma de tentar explicar que embora a própria morte não possa ser revogada, as fases ou espaços da vida devem ter um começo e um fim, ou por assim dizer, uma morte do período, para que o curso prossiga. Estas fases podem ter minutos, horas, anos, décadas. A morte está ligada diretamente a reação que temos frente a ação, sendo ela por vontade própria ou não, e quando podemos, devemos nos ater ao momento certo para finalizá-la. Em outras palavras, o tempo é a constante que determina os fatos.
O livro é curto, mas possui uma capa maravilhosa: simples e clara em sua mensagem! A borboleta sem dúvida representa o intuito do livro, através da lagarta, que precisa "morrer" para evoluir, e então ganhar suas asas. A autora Paula possui uma escrita fluída, onde os contos são intensos, prendendo o leitor até a última palavra.
Depois de me render aos contos, devo dizer que os autores deste gênero são fantásticos, pois conseguem criar um enredo tão surpreendente em poucas páginas. Super recomendo!