Título: Meu Nome é Albert! - Uma História Sobre Bullying
Autor: VIANA S., Ronaldo
Gênero: Romance
Editora: Ágape
Páginas: 256
Ano: 2017
Onde Comprar: Editora Ágape | Saraiva | Livraria Cultura
Este livro cheio de ensinamentos sobre amor e perdão foi cedido através da parceria com o autor Pr. Ronaldo Viana S.
ENREDO
Alemanha. 1974. Cidade de Husum. Albert poderia ter uma vida como os demais garotos de 11 anos, se não fosse por um detalhe: nascera com apenas três dedos nas mãos! E para ser mais exato, os mesmos são da mão direita e são anões, fato que o levou a se isolar de tudo e todos, sob um motivo, a humilhação.
Na escola é um ótimo aluno, tirando sempre as melhores notas, e neste mesmo local se tornou um alvo, sendo conhecido como "Dedos Anões", "Garoto sem Mão", "Tridente" e o mais repetido, "Três Dedos". Por conta da zombaria e por se sentir fraco, preferiu fechar-se para amizades e vínculos sociais. É vítima inclusive, dos professores, que ao invés de ajudá-lo, são coniventes participando da disseminação dos apelidos maldosos ou indiferentes a sua causa.
Mora com os pais, Peter e Bella e dois irmãos mais velhos, Tom e Carol, sendo o pai um trabalhador noturno, que mal liga para a família, os irmãos que sentem vergonha de sua condição e o tratam com desprezo, ajudando até os agressores verbais na chacota. A única pessoa que realmente ama e se preocupa com ele é sua mãe.
De uns anos para cá, quando a pressão psicológica aumentou e ele se isolou, encontrou conforto no jardim de sua casa, passando horas a fio conversando com seu único amigo Kurt, cujo é desconhecido por todos, pelo menos fisicamente, o que levou a muitas fofocas a seu respeito, principalmente alegando que o garoto era louco e esquisito, inclusive, de tanto repetirem, o próprio passou a se ver como tal e se calou.
Após muitos boatos, Bella decidiu olhar com mais preocupação para o filho. A fim de resolver estas questões, o levou a um psicólogo, que conseguiu extrair do menino os infortúnios escolares, que incluía até uma professora de matemática, algo que era até então desconhecido pela mãe. Albert que até então não falava e confiava em ninguém, sentiu uma pontada de confiança no médico, mesmo que desconfiadamente.
Segundo a mãe de Albert, as idas e vindas da escola deveriam ser acompanhadas pelos irmãos, mas não eram, e um dia qualquer isso perturbou o namorado de Carol, Klaus, que lhe deu um ultimato a respeito do seu tratamento para com o irmão, e terminou o relacionamento até que a garota mudasse. Ela aos poucos viu seu erro, primeiramente devido a perda do namorado, e depois por questão pessoal e foi tentando se aproximar dele.
Posteriormente a consulta, a matriarca fora até a escola pedir ajuda à Diretora, que a recebeu de bom grado a ouviu e prometeu investigar a professora que insultara seu filho, esta que já somava reclamações anteriores sobre outros assuntos. Diante da confirmação, afastou a discente da sala e na próxima semana, uma doce jovem a substituiu e começou a lecionar na sala de Albert.
A relação da nova professora para com a sala deixou alguns alunos zombadores, acuados, e dentre eles, Charles, um garoto cuja família era uma das mais ricas da cidade, manipulou sua mãe para prejudicar a recém-contratada, que felizmente contornou a situação e fez a abrir os olhos sobre as atitudes de seu filho.
Com sede de vingança, Charles planejou bater em Albert juntamente com três colegas na volta da escola e assim fez, além de dar-lhe uma surra, o jogou ribanceira abaixo, que existia numa floresta no caminho de casa.
Tocado finalmente pelo sofrimento do irmão, Tom tentou em vão socorrê-lo, e restou pedir ajuda. Os pais e amigos da família saíram em busca do menino, que se adentrou na escura floresta, pois já havia anoitecido. Aguardaram a noite toda e somente pela manhã recobraram a procura, encontrando Albert, fraco, com alguns ferimentos da queda, porém com vida, e o levaram ao hospital. A versão de Tom se confirmou e os agressores foram encontrados e punidos.
Finalmente, depois de tanto desespero e sofrimento, a família se (re)uniu e passaram a olhar uns aos outros e principalmente Albert com outros olhos: olhos de amor familiar.
OPINIÃO
Achei que o livro foi sensível, pois aborda um assunto muito forte, o Bullying, e como ele destrói uma pessoa psicologicamente sem que ninguém perceba (ou finja não perceber), e ainda pio, num país e uma época onde essas desavenças eram ignoradas. O intrigante desse romance é que além do gênero que representa, trata da religiosidade, da fé, envolvendo amor, perdão, a autoavaliação perante o problema e o quanto você está disposto a se doar por alguém.
É muito reflexivo, por tratar de coisas tão simples, como uma palavra amiga na hora precisa. Não está ligado somente ao bullying, mas à todos os problemas que enfrentamos no nosso dia-a-dia e como decidimos resolvê-los, afinal de conta, tudo é uma questão de escolha.
Bem objetivo, o autor não utiliza palavras difíceis, é bem claro na linguagem e, ora ou outra retorna a ensinamentos de páginas anteriores para reforçar a mensagem que deseja passar, ou seja, fazendo seu papel de cristão, não ensinando pessoalmente ao leitor, mas de alguma forma, dando uma palestra em forma de letras, frases, estrofes.
O que eu gosto na capa deste livro é a simplicidade numa imagem que não diz muito, mas diz tudo.