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Foto do escritorCOMPRE PELA CAPA

A INTELIGENTE CRÍTICA À HUMANIDADE EM "O PLANETA DOS MACACOS", DE PIERRE BOULLE

Atualizado: 4 de mai. de 2020


Título: O Planeta dos Macacos

Autor: BOULLE, Pierre

Gênero: Ficção

Editora: Aleph

Páginas: 2016

Ano desta Edição: 2015

Ano da Publicação: 1963

Onde Comprar: Amazon | Saraiva

Um casal em lua de mel no espaço sideral - requintes de futurismo - avista de longe um objeto se aproximando. Curiosos, eles finalmente detectam uma garrafa que porta um manuscrito, flutuando em direção a eles.

É assim que dá-se inicio a história de O Planeta dos Macacos, clássico da ficção científica. No manuscrito consta a história de Ulysse Mérou, jornalista que, junto com o renomado Professor Antelle embarca numa viagem em busca do sistema solar de Beltegeuse e seu planeta Soror.

A viagem dura dois anos para eles, mas o tempo que está correndo lá na Terra é diferente, então quando ambos voltarem para casa, não encontrarão nenhum conhecido. Mas isto não é nenhum empecilho, o que importa são as novas descobertas que farão. E que descobertas...

Chegando em Soror, notam que o planeta é habitável pois suas características físicas são muito parecidas com as da Terra. Após um tempo desbravando uma floresta, avistam uma jovem mulher nua. Eles tentam manter contato com ela, mas a mesma apresenta sinais esquisitos de medo e ferocidade. É quando surgem mais humanos iguais a ela.

"Era de fato esta a significação do olhar que me perturbara em Nova e que encontrei em todos os outros: a falta de reflexão consciente, a ausência de alma."

Os desbravadores então percebem que os humanos habitantes de Soror se comportam como animais: não falam, não pensam e não possuem consciência. Apenas instinto. E é claro, não usam roupa alguma. De uma forma cruel, logo descobrem que a raça dominante e pensante daquele planeta são os macacos.

"Era efetivamente este o motivo essencial do meu espanto: na íris daquele animal brilhava a centelha espiritual que eu em vão buscara nos homens de Soror."

A sociedade dos símios é dividida entre Orangotangos (alto escalão), gorilas (cientistas e pesquisadores) e chimpanzés (serviços pesados). Uma inteligente crítica a nossa própria sociedade. E críticas são o carro chefe da história.

O livro é narrado em primeira pessoa por Ulysse, que nos conta tudo o que viu junto dos macacos de Soror. Após primeiro contato com os mesmos, ele é preso junto com os outros humanos e fica sozinho trancafiado numa cela. Ele tenta desesperadamente provar que têm consciência e é como os macacos - um ser pensante - mas eles não acreditam e pensam que ele não passa de um ser inteligente e imitador.

A única que acredita nele é Zira, a macaca que cuida do setor em que ele está preso. Ele então vê nela uma possível aliada. Os dois logo conseguem se comunicar (os macacos falam a própria língua) e armam um plano para a libertação de Ulysse. O desenrolar da trama vai nos puxando cada vez mais pra dentro da história e você se sentirá na pele do protagonista, isso eu lhe garanto.

O mais interessante é que no livro, os macacos fazem testes nos humanos como cirurgias e lobotomias para descobrirem como agem. Uma inteligentíssima crítica a nossa sociedade, que faz exatamente a mesma coisa com animais (muitos deles macacos). Todos que lerem, instantaneamente se colocarão no lugar desses humanos. É inevitável. Talvez assim possamos entender o quanto isso é sério.

Outro detalhe que achei interessante é que os macacos estão estagnados a dez mil anos, não sabendo sequer de onde e como surgiram. Eles estão muito atrasados se comparados com os seres humanos da Terra, porém buscam incessantemente descobrir de onde vieram. Eles acabam descobrindo, e a descoberta é totalmente genial!

A leitura é incrível, inteligente e escrita com muita clareza, nos passando a seguinte mensagem: O que é exatamente ser humano? É ser inteligente e ter consciência?

O livro é muito forte, filosófico e nos deixa com muito o que pensar quando chega ao fim.

Agora vamos as características físicas do livro, da Editora Aleph. Ele é maravilhoso, tem forma de agenda moleskine com as folhas em papel pólen, que são mais grossas que as normais. A capa também é linda, e as ilustrações por dentro são curiosas, parecendo que um macaco rabiscou o livro. É o livro perfeito.


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